Dispositivo de Sakuma para remoção de hábito parafuncional em paciente infantil: relato de caso
Rafaela Gabriele de SOUZA, Mariella PADOVESE, Beatriz Cruz LOPES, Mariana Emi NAGATA, Luciana Tiemi Inagaki NOMURA, Rodrigo HAYASHI
Resumo
Introdução: Hábitos parafuncionais ou deletérios são uma das principais etiologias de má oclusões dentárias e/ou esqueléticas. Os hábitos mais frequentemente encontrados na rotina clínica do odontopediatra são a onicofagia, sucção de bicos artificiais e sucção digital. De acordo com a literatura, a sucção digital é o hábito que tende a permanecer por maiores períodos da vida do paciente, sendo mais comum no sexo feminino. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico da utilização do Dispositivo de Sakuma (DS) como interferência e remoção do hábito parafuncional de sucção digital frequente em paciente pediátrico. Método: Paciente do sexo feminino, 5 anos, compareceu à Clínica de Especialidades Infantis da Universidade Estadual de Londrina para consulta preventiva. Durante a anamnese, a mãe relatou que a paciente apresentava hábito de sucção dos dedos indicador e médio durante longos períodos do dia e sem sucesso nas tentativas de remoção. Ao realizar o exame intrabucal, observou-se a vestibularização dos dentes anteriores superiores, constatando mordida aberta causada pelo hábito constante. Deste modo, optamos pela instalação do DS associado à grade palatina com a finalidade de dificultar o hábito e, em seguida, removê-lo. De início, foi realizada moldagem dento-alveolar das arcadas superior e inferior para posterior confecção do DS em resina acrílica. A grade palatina foi confeccionada com fio ortodôntico e instalada na extensão do dispositivo que entra em contato com o palato. A cimentação do DS nos incisivos superiores foi realizada com cimento de ionômero de vidro. Resultado: A paciente foi acompanhada durante 3 meses e o DS foi removido após a remoção total do hábito. Conclusão: O DS modificado com grade palatina dificulta a sucção não nutritiva e auxilia a eliminação do hábito, pois age como uma interferência no conforto do paciente. Sendo assim, podemos ressaltar a necessidade do diagnóstico e remoção precoce de hábitos parafuncionais a fim de evitar prejuízos na oclusão.