Introdução: O uso crescente do laser de diodo de alta potência tem se tornado frequente no tratamento de lesões bucais. Entretanto, sua utilização pode causar danos térmicos aos tecidos, resultando na formação de artefatos histológicos que podem dificultar o estabelecimento do diagnóstico. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo analisar o impacto dos artefatos teciduais em lesões bucais tratadas com laser de alta potência no diagnóstico histopatológico. Métodos: Os registros cirúrgicos dos procedimentos realizados com o laser em lesões bucais e os laudos histopatológicos foram coletados e analisados. Resultados: No total, foram analisados 12 pacientes, sendo 5 homens e 7 mulheres, com idades entre 24 e 78 anos. As lesões bucais foram tratadas com laser de diodo Thera Laser Surgery (980nm) da DMC com potências variando de 2,5 a 3,5W, no modo pulsátil. As lesões estavam localizadas na borda da língua (30,76%), lábio (30,76%), rebordo alveolar (23,07%) e dorso da língua (15,38%). O diagnóstico final, após análise histopatológica, incluiu hiperplasia fibrosa inflamatória (30,76%), hiperplasia fibrosa focal (23,07%), leucoplasia (15,38%), mucocele (7,69%), hiperplasia epitelial multifocal (7,69%) e carcinoma microinvasivo (7,69%). Artefatos teciduais estavam presentes em todas as lesões incluindo: carbonização das margens cirúrgicas, hipercromatismo dos núcleos, vacuolização celular, perda de adesão celular e separação das células basais da lâmina própria. Em todas as lesões bucais houve carbonização das margens cirúrgicas, em 23,07% das lesões havia a separação das células basais da lâmina própria e em uma lesão (7,69%) o laudo histopatológico foi inconclusivo devido as alterações citológicas e histológicas. Conclusão: Os resultados confirmam que o uso de laser de diodo em cirurgias bucais causa artefatos teciduais de diferentes magnitudes e o patologista deve ter conhecimento destas alterações para evitar um diagnóstico histopatológico incorreto induzindo um tratamento inadequado do paciente.