Hipodontia associada a fissura oral não sindrômica pode ter influência na recorrência familial para as fissuras?
Ana Laura Herrera FARHA, Lucimara Teixeira das NEVES
Resumo
Introdução: As fissuras orais (FO) são os defeitos congênitos mais comuns entre as malformações craniofaciais. Frequentemente são relatados nesses pacientes anormalidades dentárias com alta prevalência de hipodontia. Recentemente foi observado que os mesmos genes cujas variações foram associadas a hipodontia, muitas vezes também foram considerados fatores de risco genético para FO. Objetivos: Investigar se indivíduos com FO cursando com hipodontia fora da região da fissura apresentavam maior frequência de recorrência familial de FO na prole quando comparados a indivíduos com FO sem hipodontia. Materiais e métodos: Foi realizada uma análise nos prontuários de indivíduos matriculados no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais com FO não sindrômica e diagnóstico positivo e negativo de hipodontia confirmados por registros de imagens. Através de informações familiares, identificamos se estes tiveram filhos com ou sem FO. Os indivíduos foram distribuídos em 2 grupos: FH (indivíduos com FO e hipodontia) e FI (indivíduos com FO isolada, sem hipodontia). Resultados: A casuística geral foi composta por uma amostra de 39 participantes. Dos 9 voluntários do grupo FH, 2 deles tiveram filhos com FO. Dos 30 voluntários do grupo FI, 4 deles tiveram filhos com FO. Para análise estatística foi aplicado o teste qui-quadrado, adotando p< 0,05 como estatisticamente significativo para comparar os dois grupos quanto a prevalência de recorrência de FO na prole. Não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes (p=0,517). Conclusão: Os resultados deste estudo não foram suficientes para afirmar que indivíduos com FO associadas à presença de hipodontia têm uma maior frequência de recorrência de FO na prole quando comparados a indivíduos com FO isolada. Porém essa hipótese não pode ser rejeitada, pois trata-se de um estudo pioneiro exploratório. Para confirmar essa teoria deve-se realizar novos estudos com uma amostra maior e mais detalhamento e pareamento dos grupos.