Introdução: A sífilis ou lues é uma patologia provinda das infecções sexualmente transmissíveis e tem como precursora a bactéria Treponema Pallidum. A sífilis primária tem como característica ser uma lesão ulcerada, indolor, com curso clínico autolimitante, denominada cancro duro ou cancro sifilítico. Objetivos: Almejamos direcionar os profissionais da área a fornecer o correto diagnóstico da manifestação oral da sífilis, realizando o exame de biopsia, extirpando a possibilidade de uma evolução patológica sistêmica. Conduta Clínica: O paciente compareceu à clínica de Estomatologia do Centro Universitário de Belo Horizonte apresentando uma ferida na mucosa labial superior com um aumento significante dos linfonodos cervicais. No exame extra e intraoral, observamos um aumento significativo na região cervical contendo a consistência enrijecida indicando a presença de uma linfoadenopatia. A lesão oral se apresentava única, em lábio superior, superfície morular, recoberta por membrana esbranquiçada, medindo cerca de 20mm. Iniciamos a biópsia de caráter incisional, anestesiando os bordos da lesão. Para coleta do fragmento, utilizamos uma lâmina de bisturi n°15 em angulação de 45° e formato de cunha. Após remoção, suturamos o local e armazenamos o fragmento em solução de formaldeído a 10%. Resultados: Na análise macroscópica do material removido relatamos ser um fragmento de tecido mole, formato irregular, superfície lisa, coloração parda, consistência fibrosa, medindo 10x05x03 mm. O exame histopatológico confirmou a hipótese diagnóstica de sífilis primária. O paciente voltou à clínica com os exames de VDRL E RPR, constando reagente para o TR de sífilis e o VDRL apresentando 1/128. O paciente seguiu com o tratamento recomendado pelo médico infectologista. Conclusão: Em concordância a este presente estudo, influímos a importância de reconhecer as manifestações orais da sífilis, executando a biópsia e correlacionando o seu laudo aos exames complementares fornecidos, resultando em um diagnóstico precoce.