Canabidiol é mais efetivo para a redução de alodinia em fêmeas comparadas a machos em modelo de dor miofascial associada à doença de Parkinson
Bruna Araujo MILAN, Gabrielle JACOB, Airam Nicole Vivanco ESTELA, Glauce Crivelaro do NASCIMENTO, Elaine Aparecida Del Bel Belluz GUIMARÃES
Resumo
Introdução: A intensa sintomatologia dolorosa muscular orofacial que impacta qualidade de vida do paciente parkinsoniano e a maior prevalência de dor orofacial em mulheres são indicativos da necessidade de terapias específicas para esta condição. Objetivos: Avaliar as diferenças entre machos e fêmeas do efeito analgésico do CBD sobre a nocicepção orofacial induzida pelo modelo de parkinsonismo experimental.Material e método ou Conduta Clínica: Utilizamos ratos Wistar Hannover (n=7 por grupo, CEUA 2020.1.320.58.9), machos e fêmeas. Nas fêmeas, foi realizado o esfregaço vaginal para definir a fase do ciclo estral. Para induzir o modelo de Parkinson, os animais foram anestesiados (2,2,2- tribromoetanol 1ml/kg, i.p) e foi administrada 3ul da neurotoxina 6- OHDA no feixe prosencefálico medial direito. Para análise da alodinia e hiperalgesia, foram realizados testes de Von Frey e Formalina, respectivamente, antes e após a indução da lesão. Os animais foram tratados com salina ou CBD (1, 5 e 10 mg/ml) em músculo masseter, e após 60 minutos os testes nociceptivos foram novamente realizados. Resultados: Ratos machos têm respostas de alodinia e hiperalgesia diminuídas na região orofacial em comparação com as fêmeas em qualquer fase do ciclo estral. Houve aumento significativo de alodinia e hiperalgesia orofaciais após a lesão com 6-OHDA. O tratamento agudo intramuscular com CBD nas doses de 1 e 5 mg/ml diminuem a alodinia orofacial em fêmeas e as doses de 5 e 10 mg/ml reduzem a alodinia orofacial em machos. As três doses de CBD foram efetivas sobre a hiperalgesia orofacial em fêmeas e machos, com efeito superior em machos. Conclusão: A lesão parkinsoniana induziu hipersensibilidade nociceptiva orofacial em machos e fêmeas. O CBD, aplicado localmente no músculo masseter, apresenta potencial analgésico para esta sintomatologia e sugere-se que, para a alodinia, este efeito é mais potente em fêmeas e para a hiperalgesia, o CBD é mais potente em machos.