Babação e sialorreia em pacientes hospitalizados: etiologia, patogenia e atuação multiprofissional
Michelly Côrtes CAIXETA, Léryk Henrique SANTOS, Vitória de Oliveira RODRIGUES, Fabrício Campos MACHADO, Thiago de Amorim CARVALHO
Resumo
Introdução: A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acolhe pacientes em estado grave de saúde, que geralmente estão entubados, em polifarmácia e eventualmente com distúrbios neuromotores. A sialorreia e a babação são condições comuns em pacientes sob cuidados intensivos. Objetivo: Diferenciar a babação da sialorreia, abordando a etiologia, a patogenia e as formas de tratamento de ambas as alterações patológicas. Material e método: A pesquisa foi feita nas bases de dados Google Acadêmico, Scielo e PubMed com os descritores “eliminação salivar”, “sialorreia” e “Unidades de Terapia Intensiva” associados ao operador booleano “AND”. Resultados: A sialorreia é o aumento da produção de saliva pelas glândulas salivares que gera perda involuntária de saliva da cavidade bucal. Sua etiologia abrange alterações anatômicas, distúrbios neurológicos, inflamações, exposição a toxinas, entre outras. A babação é a incapacidade de controlar as secreções orais, não sendo obrigatório o aumento da produção salivar. Sua etiologia inclui pacientes com disfagia, falta de controle postural da cabeça, obstrução nasal, paralisia facial, incoordenação dos músculos mastigatórios e problemas orais. Como consequência, há um prejuízo nas funções respiratória, mastigatória e fonética e possível perda de fluidos, eletrólitos e proteínas do organismo. As formas de tratamento da sialorreia e da babação incluem terapia motora oral, uso de bandagem neuromuscular, uso da placa de Castillo Morales, uso de drogas anticolinérgicas, aplicação de toxina botulínica e intervenções cirúrgicas. Conclusão: Babação e sialorreia são alterações multifatoriais, com diversas formas de tratamento e implicações na qualidade de vida de pacientes internados em UTI. Neste contexto, o diagnóstico e o tratamento dessas condições se dão por uma equipe multiprofissional da qual o cirurgião dentista faça parte, no intuito de manter a dignidade e melhorar a qualidade de vida de pacientes em terapia intensiva.