Introdução: A dengue é considerada uma infecção comum em regiões tropicais e subtropicais, causado por arbovírus, tendo o mosquito Aedes aegypti como o principal vetor nas Américas. No Brasil a doença apresenta epidemias explosivas sazonalmente que representam um importante problema de saúde pública. Os quadros clínicos mais comuns são a dengue clássica e a dengue hemorrágica. As complicações advindas da dengue são de larga escala e podem acometer também a cavidade oral em boa porcentagem dos casos, implicando na atuação do cirurgião dentista na equipe de cuidados multiprofissionais. Objetivo: Identificar as principais manifestações orais da dengue hemorrágica. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura com busca nas bases de dados Scielo e Pubmed com os descritores “dengue” e “oral manifestations”. Resultados: As manifestações orais são mais observadas nos casos de dengue hemorrágica. Dados nosológicos da Santa Casa de Misericórdia de Patos de Minas, demonstram que no primeiro semestre de 2023, 38 pacientes foram internados em Unidade de Terapia Intensiva em decorrência da dengue hemorrágica. O dado é preocupante haja vista o caráter ambulatorial de convalescência da dengue, e o aumento de pacientes em cuidados intensivos por esta infecção. As manifestações bucais mais comuns são placas eritematosas, sangramento gengival espontâneo associado a trombocitopenia, bolhas hemorrágicas na língua e parte posterior do palato, além de dificuldade de engolir e pontos avermelhados do lábio inferior. Alguns autores defendem ainda que a dengue pode favorecer a progressão da infecção odontogênica para espaços faciais profundos, ocasionando atraso na melhora clínica da infecção dentária. Conclusão: Conclui-se que as manifestações orais podem representar um fator relevante na avaliação clínica do paciente com dengue, especialmente no contexto hospitalar, em quadros de dengue hemorrágica, e a inclusão do cirurgião dentista na equipe de cuidados é fundamental a fim de estabelecer uma propedêutica clínica adequada.