Introdução: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é a infecção nosocomial mais comum e fatal em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Se desenvolve em 48 horas ou mais após à ventilação mecânica e pode estar relacionada à patógenos orais. Como possíveis consequências pode se elencar prolongamento da internação, aumento dos custos e da mortalidade. A higiene bucal é considerada essencial na prevenção da PAVM, pois pode reduzir significativamente a taxa de infecções do trato respiratório por colonização microbiana. Objetivo: Caracterizar a PAVM e sua relação com microbioma e a higienização da cavidade oral. Método: Foi realizada uma revisão de literatura com as chaves de busca “ventilator-associated pneumonia” e “oral hygiene”, nas bases de dados Scielo e PUBMED. Foram incluídos artigos de 2020 a 2023, nas línguas inglesa e portuguesa. Resultados: A relação entre a cavidade oral e a PAVM seria de causalidade, devido ao microbioma, com destaque para bactérias gramnegativas. A própria hospitalização altera a colonização e induz a prevalência de microrganismos patogênicos. A literatura cita várias bactérias comuns na PAVM, incluindo Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, entre outros. As secreções orofaríngeas infectadas podem chegar aos pulmões e resultar em PAVM, destacando assim a importância da higiene bucal. Nesse contexto, enxaguantes bucais, em conjunto com a escovação mecânica, se mostram eficazes na redução da microbiota patogênica oral. Entre eles, a clorexidina é considerada padrão ouro, em detrimento de seus efeitos adversos. Conclusão: A associação entre o microbioma da cavidade oral e PAVM é significativa e um protocolo de higienização bucal constante químico-mecânico favorece sua prevenção. Mais estudos para alcançar evidências científicas robustas da relação causa-efeito da higiene bucal sobre a PAVM são necessários, além de proporcionar maior homogeneidade nos protocolos de higienização bucal em UTI's.