Introdução: O linfoma de células do manto representa um tipo de linfoma não-Hodgkin raro com origem em linfócitos B, de comportamento agressivo e com predominância em homens na sexta década de vida. Manifestações maxilofaciais envolvem o anel de Waldeyer, enquanto na cavidade oral a ocorrência é rara, sendo o palato duro o local mais comumente atingido. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de uma paciente com diagnóstico de linfoma de células do manto a partir de lesões orais. Conduta clínica: Paciente do sexo feminino, 67 anos, xantoderma, compareceu à Clínica Odontológica Universitária da UEL com queixa de nódulos bilaterais em palato duro e xerostomia. Ao exame físico extraoral observamos aumento de volume dos linfonodos das cadeias submandibular, cervical, parotídea e submentoniana. Intraoralmente, foram observados nódulos submucosos em região de mucosa jugal bilateralmente, além de aumento de volume difuso em palato duro e mole. A radiografia panorâmica não mostrou comprometimento do tecido ósseo. Frente à essas características as hipóteses diagnósticas levantadas foram de amiloidose, granulomatose orofacial ou linfoma. Resultados: Após biópsia incisional de região da mucosa jugal e palato duro, o exame microscópico evidenciou infiltração por células linfoides, com padrão de crescimento nodular, apresentando núcleos hipercromáticos, com nucléolos evidentes e citoplasma escasso. Foi necessário complementação com o exame imunohistoquímico que evidenciou a expressão para CD20, ciclina D1 e CD5 nas células neoplásicas, estabelecendo o diagnóstico de linfoma de células do manto. A paciente foi encaminhada para tratamento. Conclusão: O frequente envolvimento extranodal evidencia ampla disseminação do linfoma ou sua manifestação primária, ressaltando a importância para o diagnóstico, o cirurgião-dentista deve reconhecer e encaminhar com urgência ao especialista.