A MRONJ como desafio à qualidade de vida aos pacientes com câncer: relato de dois casos e possibilidades terapêuticas
Paloma Casimiro Lopes de QUEIROZ, Matheus Henrique Faccioli RAGGHIANTI, Stefany BARBOSA, Mirela Carolina SILVA, Eduardo DALLAZEN, Gabriela Cristina BACCARO, Ana Paula Farnezi BASSI, Leonardo Perez FAVERANI
Resumo
Introdução: A osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos (MRONJ) tem se tornado uma complicação comum entre pacientes oncológicos que fazem ou fizeram uso de medicações antirreabsortivas, como os bifosfonatos. Objetivo: Apresentar dois casos de MRONJ em pacientes oncológicos e as terapias aplicadas para promover melhor qualidade de vida. Conduta: Paciente do sexo feminino, 57 anos, procurou atendimento queixando-se de dor na maxila e mandíbula, após extração de dentes posteriores. A mesma referiu uso de Zoledronato por dois anos, já suspenso durante avaliação, como parte de protocolo terapêutico de câncer pulmonar. No segundo caso clínico, o paciente de 71 anos, apresentou queixa de dor e mal odor oriundo de cavidade bucal, com dificuldade de se alimentar, fazendo uso de morfina três vezes ao dia. O histórico médico demonstrou que fez uso de Zoledronato também por dois anos, relacionado a câncer de próstata, além disso, era insuficiente renal crônico. Inicialmente, ambos os pacientes foram submetidos a Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT) e orientados a fazer bochechos com clorexidina 0,12% para diminuir a contaminação e amenizar os sintomas. Posteriormente, foi prescrita antibioticoterapia no período pré-operatório e realizada cirurgia de sequestrectomia. Em um dos casos, foi ainda realizada técnica de obtenção de Plasma Rico em Fibrina (PRF) para promover uma melhor reparação tecidual. Ambos seguiram no período pós-operatório com aPDT, clorexidina e pasta contendo metronidazol. Conclusão: ambos tiveram uma boa resposta as terapias, com diminuição considerável da dor e eliminação do quadro infeccioso, demonstrando que, mesmo sem o completo fechamento da região acometida, houve sucesso terapêutico. A cicatrização em pacientes de MRONJ, especialmente os oncológicos, é uma condição difícil diante do comprometimento sistêmico que tais indivíduos apresentam, entretanto, com a realização de sequestrectomia e as terapias coadjuvantes pode-se ter melhoria da qualidade de vida desses pacientes.