Frequência do segundo canal mésio-vestibular (MV2) em molares superiores com tratamento endodôntico e suas associações: análise com TCFC
Maria Júlia Servilha HASEGAWA, Arthur Costa LEMOS, Stefani Jovedi ROSA, Pedro Cesar Gomes TITATO, Marco Antonio Hungaro DUARTE, Rodrigo Ricci VIVAN
Resumo
Introdução: A literatura mostra uma alta frequência de segundos canais mésiovestibulares (MV2) em molares superiores. Essa taxa de frequência varia com o sexo, região geográfica e idade. A negligência relacionada ao tratamento endodôntico do MV2 ocorre muitas vezes por desconhecimento sobre sua localização e identificação. Um recurso que é utilizado na detecção de MV2 é a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar em tomografia computadorizada de feixe cônico a frequência do MV2 em molares superiores com tratamento endodôntico por idade e sexo do paciente. Assim como, se haveria associação com lesões periapicais e presença de MV2 não localizado. Método: 271 tomografias computadorizadas de feixe cônico com um total de 365 molares superiores com tratamento endodôntico foram utilizadas dos arquivos da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP). O software E-vol CBCT foi usado para remover ou minimizar artefatos de materiais obturadores e analisar em fatias multiplanares a presença/ausência de MV2 obturado e não obturado e a presença de lesões periapicais em raízes mésiovestibulares. Por fim, os dados foram submetidos às análises descritivas e testes qui-quadrado foram utilizados para verificar as associações entre frequência de MV2 e sexo do paciente, localização do MV2 e idade do paciente e presença de lesão periapical e MV2 não localizado. Resultados: A frequência de MV2 foi cerca de 37% em ambos os sexos (P = 0,916). A porcentagem de MV2 encontrada nas imagens de TCFC diminuiu com o aumento da faixa etária dos pacientes, de 55% em pacientes entre 21-30 anos para 12,5% em pacientes com mais de 70 anos (P = 0,012). Já, os canais MV2 não localizados tiveram uma forte associação com lesões periapicais. Conclusão: Não foi encontrada associação da frequência do MV2 com o sexo do paciente, mas o aumento da idade do paciente dificultou a localização do MV2 nas imagens de TCFC.