Introdução: Mentha piperita, conhecida popularmente como hortelã, constitui uma espécie botânica da família Lamiaceae, que abrange ervas aromáticas ricas em óleos essenciais utilizados para fins alimentícios, cosméticos, farmacêuticos, odontológicos e medicinais. As propriedades terapêuticas da Mentha piperita têm sido atribuídas aos compostos bioativos presentes em sua composição química, os quais podem apresentar ação anti-inflamatória, antioxidante e antimicrobiana. Objetivo: Assim, esta revisão de literatura teve por objetivo investigar o efeito da Mentha piperita sobre microrganismos associados com doenças orais. Método: A busca bibliográfica foi realizada na database PubMed, utilizando os descritores “Mentha piperita”, “biofilms” e “bacteria”, considerando estudos publicados até 2022. Resultados: Análises da composição química da Mentha piperita mostraram a presença de grande variedade de polifenóis, terpenos e terpenóides, com concentrações abundantes de monoterpenos, como o mentol e a mentona. Estudos in vitro mostraram que a Mentha piperita exerceu efeito antifúngico sobre espécies de Candida albicans, efeito antiviral sobre Herpes simplex e Vaccinia, e ação antibacteriana sobre espécies gram-negativas e gram-positivas, como Fusobacterium nucleatum e Streptococcus mutans. A inibição do crescimento de S. mutans foi verificada tanto em culturas planctônicas como em biofilmes. Estudos apontaram que o mecanismo de ação antimicrobiana da Mentha piperita pode estar relacionado com alterações na membrana plasmática dos patógenos. Adicionalmente, outros estudos relataram que o uso da Mentha piperita em dentifrícios resultou em menor formação de biofilme dentário. Além disso, a Mentha piperita pode estimular o fluxo salivar, favorecendo a saúde bucal. Conclusão: Os estudos mostraram que a Mentha piperita apresenta potencial antimicrobiano, podendo exercer efeito terapêutico em doenças como a cárie e a periodontite, e em condições associadas com a halitose e a xerostomia.