Introdução: A zircônia tetragonal policristalina estabilizada por ítria (Y-TZP) vem sendo progressivamente utilizada na prática odontológica devido a sua alta resistência. Por ser um material policristalino, sem fase vítrea, ele não é condicionável, o que apresenta um ponto de fragilidade na adesão e desempenho clínico, quando comparada às vitrocerâmicas. Objetivo: Avaliar a resistência de união de zircônias tetragonais policristalinas estabilizadas com ítria, com diferentes composições, à um cimento resinoso autoadesivo, após diferentes tratamentos na superfície da cerâmica. Material e método: Blocos pré-sinterizados de Y-TZP, com 3 tipos diferentes de translucidez, foram selecionados: 3YTZP (3 mol% ítria), 4YTZP (4 mol% ítria), e 5YTZP (5 mol% ítria). Estas composições foram subdivididas em 5 grupos (n=10), de acordo com o tipo de tratamento na superfície (sílica nanométrica em suspensão coloidal ou glaze) e momento da sinterização (antes ou após a sinterização da YTZP) e grupo Controle (sem recobrimento). As amostras dos grupos experimentais foram condicionadas com ácido fluorídrico 9%, lavadas, secas e revestidas com silano. Para cimentação, foi utilizado o cimento RelyX U200, inserido no interior do molde de silicone de adição. Após 24 horas, as amostras foram submetidas ao teste de resistência de RU por cisalhamento. Os testes de Kruskal Wallis e Dunn foram aplicados para análise estatística (p<0,05). Resultados: Os piores e melhores valores de resistência de união foram nos grupos controle e glaze após a sinterização, respectivamente. A aplicação de sílica coloidal apresentou resultados de adesão insatisfatórios a intermediários. Conclusão: A resistência de união da Y-TZP ao cimento autoadesivo RelyX U200 é afetada pelos diferentes tratamentos na superfície e momento de sinterização das cerâmicas.