Introdução: O uso crônico do tabaco é o principal fator de risco para o carcinoma espinocelular (CEC). Em algumas regiões do país o fumo de corda ou cigarro de palha é um hábito adquirido desde a infância. Segundo o INCA, cada cigarro de palha equivale a três cigarros de filtro. Objetivo: Apresentar um caso clínico de CEC em rebordo alveolar associado ao fumo de corda. Conduta clínica: Paciente do sexo feminino, com 69 anos e melanoderma apresentou-se com queixa de lesão dolorosa percebida há 3 meses, histórico de emagrecimento e com aumento da sintomatologia dolorosa nos últimos 30 dias. A paciente relatou ser tabagista há 61 anos, com um consumo médio de 10 cigarros à base de fumo de corda por dia e etilista social, com um consumo próximo de 4 litros de cerveja aos finais de semana. Resultados: Exame físico extraoral revelou a presença de linfonodos cervicais direitos fixos e firmes à palpação, enquanto exame intraoral revelou a presença de lesão nodular com superfície ulcerada, de leito necrótico e sangrante, fixa endurecida e dolorida à palpação, localizada em rebordo alveolar inferior anterior, com aproximadamente 4 cm de diâmetro. Através dos achados clínicos, a hipótese diagnóstica foi de CEC. Biópsia incisional foi realizada e a análise histopatológica confirmou a hipótese de CEC. Em seguida, a paciente foi instruída a interromper o hábito de fumar, bem como encaminhada para tratamento da neoplasia. Conclusão: Embora o padrão no uso do tabaco esteja sendo alterado nos últimos 10 anos, o uso do fumo de corda ainda é habitual em algumas regiões e em pacientes mais velhos. Campanhas e estratégias para levar informações para essa população devem ser elaboradas com o objetivo de prevenção.