Introdução: A articulação temporomandibular, além da sua complexidade, possui o papel importante no aparelho mastigatório e crescimento fisiológico do osso mandibular. Razões congênitas ou adquiridas, como traumas, seguidos de fraturas do côndilo podem trazer graves consequências, como assimetria do crescimento craniofacial, limitação de abertura bucal e anquilose da própria articulação. Objetivos: Relatar um caso clínico de fratura condilar associada à trauma na primeira infância, seu diagnóstico e conduta. Conduta Clínica: Paciente B.C.A.S., sexo feminino, 6 anos, compareceu ao Pronto Socorro Infantil da Universidade Estadual de Londrina com queixa de retenção prolongada do dente 51. Durante avaliação, foi observado uma grave assimetria da face e alteração na dinâmica mandibular. A mãe da paciente confirmou a presença da assimetria antes mesmo dos 2 anos de idade e histórico de trauma na face aos 6 meses de idade após queda de uma cama. Ao exame físico, observou-se a ausência do movimento condilar esquerdo para abertura da boca e desvio da linha média para o mesmo lado. Foram realizadas radiografia panorâmica, póstero-anterior de Towne reverso e tomografia para avaliação da ATM. Ao exame tomográfico constatou-se cabeça da mandíbula esquerda malformada e/ou fraturada e consolidada em posição anômala, inclinada para região anterior e medial, fora da cavidade articular e com a incisura e colo da cabeça da mandíbula encurtados. A paciente e os pais foram acompanhados e orientados de forma interdisciplinar. Tendo em vista o crescimento incompleto da estrutura articular, foi planejado o acompanhamento imediato com osteopatia e, futuramente, cirurgia corretiva. Conclusão: A percepção de uma pequena assimetria, ainda na primeira infância, pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento funcional do sistema estomatognático. Para isso, uma anamnese e um exame físico detalhados são imprescindíveis para o diagnóstico precoce e um adequado tratamento.