Efeito da experiência do operador e de diferentes níveis de magnificação sobre a postura de trabalho em condições clínicas simuladas
Júlia Margato PAZOS, Danielle WAJNGARTEN, Patrícia Petromilli Nordi Sasso GARCIA
Abstract
Introdução: A manutenção de posturas inadequadas causadas pela dificuldade de acesso e visualização do campo operatório pode levar ao desenvolvimento de desordens musculoesqueléticas. Uma das alternativas para minimizar esse problema é a utilização de magnificação. Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da magnificação na postura de trabalho e angulação do pescoço durante a confecção de preparos cavitários de Classe I, de acordo com a experiência do operador. Material e método: Para isso, conduziu-se um estudo experimental do tipo laboratorial. Foram realizados preparos cavitários de Classe I nos primeiros molares artificiais (16, 26, 36 e 46) de um manequim odontológico, para simular o ambiente clínico (N=640). As variáveis dependentes foram a postura de trabalho, avaliada pelo Compliance Assessment of Dental Ergonomic Posture Requirements – CADEP, e o desvio angular da posição neutra de pescoço, medida pelo Software de Análise Postural – SAPO. As variáveis independentes foram o sistema de magnificação (olho nu, lupa simples, lupa Galilean e lupa Keplerian) e a experiência do operador (com e sem experiência). Realizou-se a Análise de Variância a dois fatores e pós-teste de Games-Howell (α=0,05). Resultados: Para todos os dentes tratados, foi possível observar maiores escores de postura e menores angulações do pescoço durante a utilização das lupas Galilean e Keplerian (p<0,01). A experiência do operador influenciou a postura durante o trabalho no arco inferior (p<0,01). Conclusão: Pode-se concluir que, para todos os dentes tratados, o uso das lupas Galilean e Keplerian permitiram a maior adesão aos requisitos postura ergonômica e menores angulações de pescoço e que a experiência do operador resultou em melhor postura para os dentes inferiores.