Coronectomia como técnica alternativa para extração de terceiros molares inferiores - revisão sistemática
Guilherme BITENCOURT, Bruno Gomes DUARTE, Ana Beatriz de Campos SILVEIRA, Isabela Toledo Teixeira DA SILVEIRA, Renato Yassutaka Faria YAEDÚ
Abstract
Introdução: os terceiros molares inferiores muitas vezes se encontram retidos. Frequentemente, a exodontia desses dentes se relaciona com complicações pós- operatórias como a parestesia do nervo alveolar inferior, pela sua proximidade com os ápices radiculares. Pensando em minimizar essa possibilidade, pode-se lançar mão da técnica de exodontia denominada coronectomia, que consiste na remoção da coroa dentária e preservação das raízes. Objetivo: entender as indicações e complicações da coronectomia em terceiros molares inferiores, a fim de auxiliar na tomada de decisão sobre sua utilização como técnica cirúrgica alternativa. Material e método: a busca sistemática foi conduzida nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science e Scopus, sem determinação da data de publicação. Foram avaliados 402 artigos e, de acordo com os critérios de elegibilidade, 5 foram selecionados para o estudo. Resultados: foram extraídos pela técnica convencional 540 dentes, e 510 pela técnica de coronectomia. Lesão do nervo alveolar inferior foi observada em 8,14% dos dentes extraídos pela técnica convencional. Já nas exodontias por coronectomia, a taxa foi de 0,29%. Os quadros álgicos foram relativamente mais frequentes nas exodontias convencionais (28,33%) do que nas coronectomias (19,6%). Do total de exodontias por coronectomia, 68 (13,33%) foram classificadas como “coronectomia mal sucedida”, uma vez que houve movimentação das raízes após a separação da coroa, e elas foram removidas. Quatro estudos relataram migração das raízes, o que resultou em exposição sob tecido mole em 2 pacientes, e irrupção na cavidade bucal em 10 pacientes. Conclusão: a coronectomia pode ser uma alternativa viável como técnica de exodontia de terceiros molares inferiores próximos ao nervo alveolar inferior, por apresentar menor taxa menor de lesão nervosa, embora esteja claro que não é uma técnica isenta de riscos. Contudo, mais estudos clínicos randomizados com acompanhamento a longo prazo são necessários.