Tratamento de lesão por mordedura de cão: um relato de caso
Arthur Henrique Alécio VIOTTO, Izabela Fornazari DELAMURA, Murilo de Carvalho SOUZA, Ana Maira Pereira BAGGIO, Stefani Caroline FERRIOLLI, Vinicius Ferreira BIZELLI, Edith Umasi RAMOS, Ana Paula Farnezi BASSI
Abstract
Introdução: Lesões em face, acometidas por animais domésticos, estão entre os tipos mais comuns de traumatismos, particularmente em crianças. Os ferimentos causados nessa região podem gerar uma série de morbidades, como perdas importantes de tecidos, infecções, óbito em casos mais severos, além de cicatrizes irreversíveis quando a ferida é passível de reparo. Portanto, os cuidados pós trauma devem ter como finalidade a minimização da cicatrização, diminuição do risco de infecções mais graves, além da funcionalidade, buscando o máximo de estética possível. Objetivos: Este trabalho tem por objetivo relatar um caso clínico de criança vítima de mordedura de cão com presença de laceração extensa na região frontal, atendida pelo serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da FOA – UNESP. Conduta Clínica: Após período de jejum, a paciente foi submetida a anestesia geral e as feridas em face limpas com clorexidina degermante 4%, seguido de uma antissepsia com clorexidina tópica 4%. Foram realizados desbridamento e remoção de tecidos com coloração e aspectos alterados, seguido do reposicionamento dos tecidos moles a fim de recompor anatomia e estética. As suturas internas foram feitas com fio de poliglactina (5.0), e as suturas em pele com nylon (6.0). Curativos compressivos foram feitos para evitar a formação de hematomas. A paciente foi medicada com ceftriaxona, cetoprofeno e dipirona, além da realização de todo o protocolo para mordedura de animais. Resultados: Foram feitos acompanhamentos periódicos, onde, após 7 dias, realizou-se a remoção da sutura. O resultado do tratamento foi considerado satisfatório com ausência de infecção. Conclusão: Uma boa anamnese e manejo clínico inicial do paciente são imprescindíveis para sucesso do tratamento, bem como a antissepsia, profilaxia antibiótica, desbridamento e suturas imediatas. Segundo a literatura, a profilaxia antirrábica é preconizada para mordeduras causadas por animais domésticos em que não se conhece a história de imunização.