Introdução: A osteorradionecrose dos ossos maxilares é uma das complicações mais severas decorrentes do tratamento radioterápico para neoplasias malignas em região de cabeça e pescoço. Essa complicação acomete sobretudo a mandíbula de pacientes dentados. Clinicamente se apresenta como osso exposto, necrose, sinais de infecção, fístulas, fraturas patológicas e dor. O diagnóstico é realizado de acordo com as características clínicas e por exames de imagem. Objetivo: Apresentar um caso clínico de carcinoma de células escamosas recidivante que mimetizava osteorradionecrose dos maxilares. Conduta Clínica: Trata-se de um paciente do sexo masculino, 61 anos, melanoderma, submetido à radioterapia há oito meses para controle de carcinoma de células escamosas foi encaminhado para tratamento de osteorradionecrose mandibular em mucosa jugal do lado esquerdo. Durante o exame físico foi observado a presença de trismo severo e lesão exofítica de coloração esbranquiçada e fixa em mucosa jugal do lado esquerdo. Foi solicitada a realização de uma radiografia panorâmica. Resultados: O exame radiográfico solicitado revelou radiodensidade alterada em corpo mandibular posterior esquerdo. Após a utilização da técnica de Akinose foi possível observar que a lesão envolvia toda a extensão de mucosa jugal, rebordo alveolar, borda lateral de língua, e orofaringe do mesmo lado. Foi realizada uma biópsia incisional e o resultado histopatológico revelou carcinoma de células escamosas. O paciente foi encaminhado para o tratamento da neoplasia. Conclusão: Cabe ao clínico estar atento aos sinais e sintomas de lesões nos maxilares. Além disso, exames de biópsia devem ser realizados com o objetivo de descartar recidivas de lesões neoplásicas malignas.