Tumor de células gigantes do osso: uma rara manifestação implicada em um novo modelo de desordens?
Eliandro de Souza FREITAS, Milena Gomes Melo LEITE, Magno Vinícius Silva BATISTA, João Lucas Pereira da Silva Dixo LOPES, Ana Júlia Desideri VIEIRA, Brendo Vinícius Rodrigues LOUREDO, Fábio Arruda BINDÁ, Francisco Amadis Batista FERREIRA
Abstract
Introdução: O Tumor de Células Gigantes do Osso (TCGO) é uma lesão benigna e agressiva que afeta a epífise dos ossos longos, raramente observado em face. Objetivos: Apresentar um caso de TGCO possivelmente implicado em um novo modelo de desordens. Conduta Clínica: Paciente, masculino, 33 anos de idade, compareceu ao serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial, apresentando aumento de volume e uma firme massa sangrante externalizada pela narina direita, percebida há 6 meses. Durante a anamnese, o paciente relatou ter sido submetido a biópsia incisional há 4 anos atrás, na mesma região, de um tumor com diagnóstico de Paraganglioma Nasal. Contudo, o painel imunohistoquímico foi negativo para esse tumor e compatível com massa polipoide. Na avaliação tomográfica foi observada massa hiperdensa ocupando todo o seio maxilar e na avaliação de ressonância nuclear magnética, foi evidenciado a massa invadindo a cavidade nasal e porção da base craniana. Uma janela óssea foi realizada através do seio maxilar direito e a biópsia excisional foi instituída. No novo exame histopatológico o diagnóstico foi consistente com TCGO, sendo observado um largo número de células gigantes multinucleadas, alguns com núcleos desorganizados e outros similares às células gigantes de Touton, porém sem sinais de malignidade. Resultados: Após 3 anos de proservação, não foi constatado nenhuma complicação tais como recidiva ou metástase. Em resumo, esse é o único caso que descreve a possível associação dessas lesões na mesma localização. Apesar de terem ocorrido coincidentemente invés de casualmente, concordamos que possivelmente houve uma atividade entre o tecido polipoide remanescente e o TGCO, porém não podemos afirmar que a primeira lesão se transformou na segunda. Conclusão: Portanto, a relação entre as lesões requer estudos mais aprofundados, implicados em um novo modelo de desordens clínicas, microscópicas e genéticas. Sendo assim, seremos capazes de dizer no futuro que massas polipoides cronicamente inflamadas terão o potencial de se transformarem em TCGO?