Introdução: Embora exista um determinado padrão de anatomia entre os grupos dentais, algumas variações anatômicas podem repercutir negativamente no preparo e obturação dos canais, interferindo no prognóstico positivo do caso. Dentre essas variações, o “C-shaped canal” é uma das configurações anatômicas que pode causar grande dificuldade no preparo biomecânico do tratamento endodôntico. Objetivos: O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso clínico, no qual foi realizado o tratamento endodôntico no segundo molar inferior esquerdo, que apresentava uma variação anatômica conhecida como “”C-shaped”. Material e método ou Conduta Clínica: Paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Londrina queixando-se de dor no dente. Ao exame clínico observou a presença de lesão cariosa extensa no dente 37, além disso a paciente relatou dor aguda espontânea, sendo exacerbada com gelo. O diagnóstico foi de pulpite irreversível; aonde o caso foi realizado em três sessões: na primeira sessão, após abertura coronária, foi verificada presença da variação anatômica, realizada a medicação com formocresol e uma restauração provisória com ionômero de vidro. Na segunda sessão, foi realizado o preparo biomecânico dos canais radiculares e colocação de curativo de demora à base de hidróxido de cálcio e propilenoglicol e ionômero de vidro. Por fim, na última sessão, realizada a obturação dos canais e a restauração provisória com ionômero de vidro. Resultados: Apesar da variação anatômica encontrada, foi possível realizar o tratamento endodôntico com sucesso. Conclusão: O conhecimento da anatomia interna dos dentes e suas variações, associados às técnicas de instrumentação, descontaminação e obturação elevam o sucesso do tratamento endodôntico. Portanto, o cirurgião dentista deve conhecer as variações anatômicas existentes, para que possa realizar o tratamento endodôntico corretamente.