Associação entre depressão e disfunção temporomandibular em adultos – uma revisão sistemática
Lívia Maiumi UEHARA, Juliana Dias Corpa TARDELLI, André Luís BOTELHO, Andréa Cândido dos REIS
Abstract
Introdução: Distúrbios depressivos são considerados fatores de elevada significância para o início do desenvolvimento de uma disfunção temporomandibular. Objetivos: Avaliar criticamente a literatura e responder à pergunta: “Em adultos, existe associação entre depressão e DTM? ”. Material e método: A estratégia de busca personalizada foi aplicada nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science e Scopus. O processo de seleção dos artigos foi realizado em duas etapas, de acordo os critérios de elegibilidade. Critérios de inclusão: estudos observacionais (caso controle e transversal), que avaliaram, em adultos, a associação entre depressão e DTM, sem restrição de tempo e idioma. Critérios de exclusão: artigos in vitro, revisões de literatura, conferências e capítulos de livros, artigos não encontrados na íntegra, artigos que não foram suficientemente descritos, artigos que incluíam indivíduos com outras comorbidade. Para análise do risco de viés foi utilizada a ferramenta da Joanna Briggs Institute (JBI), de acordo com o tipo de estudo. Resultados: Foram encontrados 2.608 artigos. Após a remoção dos duplicados, 1.719 foram avaliados criticamente de acordo com seu título e resumo. Destes, 29 artigos foram selecionados para leitura na íntegra, dos quais 4 atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos. Os artigos incluídos apresentaram moderado risco de viés. Devido à heterogeneidade dos estudos, a meta-análise não foi realizada. Apesar dos estudos apresentarem metodologias diferentes, todos eles observaram um resultado convergente, de que indivíduos com DTM apresentam níveis mais elevados de depressão, quando comparados ao grupo controle. Além de a associação inversa também ser verdadeira, pois indivíduos com depressão foram mais susceptíveis ao desenvolvimento de DTM. Conclusão: Em adultos, há associação entre depressão e DTM, no entanto, são necessários mais estudos com alta qualidade metodológica para confirmar este achado e inferir a respeito da relação de causalidade.