Os materiais monolíticos CAD-CAM, em maior ou menor grau, são susceptíveis à pigmentação quando em contato com alimentos corantes. Alguns estudos indicam que o clareamento pode restabelecer, parcial ou totalmente, a cor destes materiais. Entretanto, pouco se sabe sobre o efeito deste procedimento nas propriedades de superfície. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do clareamento caseiro na topografia de quatro materiais monolíticos distintos, disponíveis para CAD-CAM. No total, quatro discos de cada um dos materiais Lava Ultimate, Vita Enamic, IPS Empress CAD e IPS e.max CAD foram confeccionados e alocados nas seguintes condições experimentais: sem clareamento (controle) ou clareamento com peróxido de carbamida a 10% (Opalescence PF, Ultradent) após 1, 2 e 3 sessões cumulativas. Cada sessão de clareamento consistiu em 1 aplicação do gel clareador por 10 horas ao dia por 14 dias, conforme recomendação do fabricante. As análises foram realizadas em MEV-FEG marca JEOL modelo JSM7500F por meio de software de operação PC-SEM v 2.1.0.3, empregando-se aumentos entre ×5.000 e ×50.000. Os quatro materiais apresentaram alterações já na 1a sessão, tendo as mesmas sido progressivas em função do aumento do número de sessões. No Lava Ultimate, a degradação ocorreu na matriz resinosa e ao redor das nanopartículas. No Vita Enamic, as alterações foram mais acentuadas na porcelana feldspática quando comparada ao polímero. No IPS Empress CAD, a superfície apresentou muitas trincas em toda a extensão, além de um aspecto aplainado e no IPS e.max CAD, houve aumento do tamanho dos poros com comunicação entre eles. Os quatro materiais apresentaram degraus conforme houve o aumento das sessões de clareamento. O clareamento com peróxido de carbamida a 10% aplicado 10 h ao dia por 14 h não é indicado para os materiais monolíticos CAD-CAM avaliados.