Introdução: o eritema gengival é um sinal clínico comum que apresenta uma multiplicidade de diagnósticos prováveis, os quais incluem doença periodontal, doenças imunomediadas, infecções, variações da normalidade, entre outras. As lesões podem se apresentar vermelhas na mucosa por aumento do volume de sangue, como ocorre nos processos inflamatórios e lesões intravasculares; ou por redução na espessura do epitélio, o que aumenta sua translucidez. Muitas vezes, o paciente se queixa de “gengiva vermelha” não associada a qualquer sintoma e, embora eventualmente, possam ser relatados sintomas leves como dor ou ardência. Objetivo: os autores apresentam uma série de 4 casos clínicos de pacientes do sexo feminino, com idades que variaram de 19 a 68 anos, que se apresentaram ao Serviço de Medicina Bucal da Faculdade de Odontologia de Araraquara com queixa principal de “gengiva vermelha” e sem sintomas associados. Conduta clínica: os diagnósticos basearam-se na meticulosa obtenção da história da queixa principal, que inclui o tempo de duração da lesão, a forma como se iniciou, ocorrência de episódios de exacerbação, hábitos, dieta. Além disso, associaram-se intervenções clínicas, como a instituição da correta higienização oral para verificação de eventual melhora do aspecto clínico. Como as lesões eram clinicamente semelhantes, procedeuse à realização de biópsia incisional para análise anatomopatológica. Resultado: no presente estudo, os eritemas de gengiva foram associados aos seguintes diagnósticos: líquen plano, gengivite plasmocitária, pênfigo vulgar e gengivite espongiótica juvenil. Conclusão: esse estudo ilustra a importância do diagnóstico diferencial baseado em minuciosa anamnese e análise anatomopatológica para se estabelecer o diagnóstico definitivo entre lesões clinicamente muito semelhantes.