Covid-19 e manifestações bucais: relato de caso
Mônica Ribeiro de Oliveira SANTANA, Luana Ferreira OLIVEIRA, Monica Moreno de CARVALHO, Letícia Cardana ZAFANI, Deric Ribeiro de OLIVEIRA, Maria Eduarda de Freitas Santana OLIVEIRA, Adhara Smith NÓBREGA, Luciana Estevam SIMONATO
Resumo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção pelo 2019- nCov foi decretada como sendo uma pandemia em março de 2020. As manifestações bucais em pacientes acometidos pela doença são variadas, no entanto, ainda há dúvida se essas manifestações têm relação direta com a infecção viral ou se ocorrem em decorrência da associação farmacológica utilizada no tratamento da COVID-19, que pode levar a imunossupressão, xerostomia, infecções oportunistas entre outros efeitos colaterais. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um paciente diagnosticado com COVID-19 que apresentou manifestações bucais. Paciente idoso do sexo masculino recebeu atendimento via teleodontologia com queixa de “ferida na língua”. Durante a anamnese relatou que é tabagista e que realizou o exame de PCR com diagnóstico positivo para Sars- CoV-2. Estava em tratamento com ivermectina, azitromicina e dipirona há 7 dias. Durante o exame físico virtual observou-se ulceração em dorso de língua, hipossalivação e pseudomembrana esbranquiçada em borda lateral de língua. Diante dos achados clínicos, os diagnósticos foram de úlcera traumática, xerostomia e candidíase. Como tratamento foram prescritos Omcilon-A Orabase, saliva artificial e nistatina solução oral. Foi orientado a intensificar a ingestão de líquido e melhorar a higienização bucal. Após 7 dias da primeira consulta remota não havia mais nenhuma manifestação da Candida albicans e, depois de dez dias, houve regressão completa da lesão ulcerada. Dessa forma, diante do caso relatado pode-se verificar que ainda há dúvidas se essas manifestações bucais são um padrão típico da infecção viral pelo Sars-CoV-2, se são complicações sistêmicas da doença ou reações adversas do tratamento. No entanto, cabe ressaltar que independente da patogenia dessas manifestações, o cirurgião-dentista tem papel importante na equipe multidisciplinar que atende o paciente com COVID-19.