Pandemia de covid-19 e o ensino odontológico – desafios e possibilidades
Francisca Aline da Silva MATIAS, Taynara da Silva Soares LIMA, Gildenilson OLIVEIRA-JÚNIOR, Amanda Vaz Rodrigues FONTINELE, Newany Santos SÁ, Ana Caroline Ramos de BRITO
Resumo
Introdução: A suspensão das atividades clínicas e laboratoriais em razão da pandemia de COVID-19 tem causado inúmeros impactos no Ensino Odontológico, principalmente para os estudantes, acarretando dificuldades de aprendizado, e afetando até mesmo a sua qualidade de vida. Objetivo: Analisar na literatura científica os principais desafios e possibilidades do Ensino Odontológico no contexto da pandemia por COVID-19. Material e Método: Busca bibliográfica realizada nas bases de dados PubMED/Medline, Web of Science e Scopus, através dos termos dental education e COVID-19. Foram incluídos estudos transversais publicados em inglês no ano de 2020. Excluíram-se editoriais e revisões narrativas. Resultados: De 281 artigos encontrados, 22 foram selecionados. Dezoito por cento dos estudos verificaram o desenvolvimento de estresse e ansiedade severos em alunos após à suspensão de atividades presenciais, associados à preocupação com perda de habilidades clínicas e com atraso no tempo de conclusão do curso. A participação de atividades acadêmicas virtuais gerou melhoria da qualidade de vida. Os principais recursos utilizados no Ensino a Distância foram: palestras online (32%) e discussão de casos clínicos (27%). Problemas, como falta da interação professor-aluno, falta de motivação e instabilidade das plataformas, prejudicaram a aprendizagem virtual. Em relação aos protocolos adotados pelas Instituições para o retorno às aulas presenciais, 31% dos estudos constataram insegurança e medo do contágio por parte dos alunos. Conclusão: Com a pandemia, as Instituições de Ensino em Odontologia têm o desafio de manter o vínculo com os alunos, sendo necessário aprimorar estratégias educacionais e avaliativas na Educação a Distância, de forma a reduzir os danos causados, e devem se preparar para oferecer atendimento psicológico e investir em controles de infecção mais rígidos, como preparação para futuras doenças.