O Enxerto de Tecido Conjuntivo é uma cirurgia plástica periodontal com diversas indicações, em especial recobrimento radicular unitário ou múltiplo. Apresenta como vantagem, por ser um enxerto sem a presença de tecido epitelial, a manutenção da coloração gengival semelhante a área receptora. A área doadora de predileção é a parte posterior do palato duro, mas pode ser obtido de outras áreas como tuberosidade maxilar. O objetivo deste trabalho é relatar o caso do Paciente R.N., 44 anos, sexo masculino, feoderma, que compareceu ao consultório particular queixando-se de recessão no dente 23. Na anamnese e no exame clínico extra oral, não foram detectadas alterações de interesse semiológico. No exame intra oral, foi observado ausência de tecido queratinizado ao redor do dente 23 e detectado interferência oclusal em Máxima Intercuspidação Habitual (MIH). Radiograficamente, observou-se integridade do osso interproximal, classificando a recessão gengival do tipo RT-1 (prognóstico favorável), segundo Cairo. Foi realizado ajuste oclusal e em seguida cirurgia de enxerto de tecido conjuntivo subepitelial, associada à aplicação de proteínas da matriz do esmalte (Emdogain), objetivando recobrimento e melhora no fenótipo periodontal local. O paciente foi avaliado após 14 dias apresentando bom resultado. Foi reavaliado após processo final de maturação tecidual apresentando recobrimento e melhora na qualidade tecidual local satisfatórios. Foi encaminhado para tratamento ortodôntico, mas até a data não havia iniciado. Apresentou leve recidiva na cobertura radicular após o período de 2 anos e meio. Conclui-se que o tratamento cirúrgico de recessões gengivais do tipo RT-1, utilizando a técnica de Enxerto de Tecido Conjuntivo associado à aplicação de matriz derivada de esmalte, mostrou-se eficiente para o aumento de faixa ceratinizada, recuperação estética da região e melhora na qualidade do fenótipo periodontal.