Introdução: Já há algum tempo, a responsabilidade de classificar as doenças, de forma simples, abrangente e universalmente aceita, é confiada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Os tumores odontogênicos já foram classificados pela OMS em quatro edições, sendo a versão mais recente publicada em 2017. Com o progresso dos estudos, especialmente moleculares e citogenéticos, o conhecimento e a percepção acerca das doenças vêm mudando continuamente, e o sistema de classificação deve acompanhar essa evolução, para se manter atualizado e confiável. Objetivo: Analisar as alterações ocorridas entre a terceira e quarta edições da Classificação de Tumores Odontogênicos de cabeça e pescoço da OMS, publicadas, respectivamente, nos anos de 2005 e 2017. Material e Método: Foi realizada uma revisão da literatura por meio de um levantamento nas bases de dados PubMed, Scopus e Embase, utilizando os termos “Word Health Organization”, “Odontogenic Cysts”, “Odontogenic Tumors” e “Classification”, e seus respectivos “entry terms”. Resultado: Foram obtidos 215 artigos, sendo 58 duplicados, 136 descartados e 21 selecionados. Com base nisso, foram detectadas atualizações na classificação dos tumores odontogênicos benignos e malignos, inclusão de cistos odontogênicos na classificação, além da inserção de novos grupos e novas entidade de tumores. As mudanças mais comentadas e questionadas na literatura dizem respeito ao Tumor Odontogênico Queratocístico e ao Tumor Odontogênico Cístico Calcificante, que voltaram a ser considerados cistos. Conclusão: Conhecer a classificação vigente da OMS, para cistos e tumores odontogênicos, é de suma importância para o cirurgião-dentista, pois ela reflete o entendimento dos maiores especialistas no assunto. Além disso, identificar as mudanças de uma edição para outra e os motivos que levaram a isso é uma forma de exercitar a capacidade de compreender verdadeiramente essas lesões.