Identificação das classes farmacológicas mais utilizadas e a relação com a prescrição odontológica: estudo retrospectivo
Beatriz Inácio de SOUSA, Victor Martins STABILE, Camila Batista da Silva de Araujo CANDIDO
Resumo
O cirurgião-dentista tem o dever de manter no prontuário as informações clínicas de saúde sistêmica do paciente, bem como as medicações utilizadas por ele, além de conhecer as relações dessas com a prescrição medicamentosa possível de ser feita como coadjuvante no tratamento odontológico. Este trabalho teve como objetivo identificar as classes farmacológicas mais utilizadas pelos pacientes, bem como discutir as interações medicamentosas devido às possíveis prescrições do odontólogo. Foram incluídos no estudo 241 prontuários de pacientes atendidos nas disciplinas de Clínica Odontológica Integrada e de Pacientes Especiais do curso de Odontologia da Universidade de Mogi das Cruzes, entre idades de 18 anos a 59 anos. Destes, 81 pacientes relataram possuir doenças crônicas não transmissíveis, sendo estas tratadas com anti-hipertensivos (35,5%), hipoglicemiantes (13,7%), antidepressivo (9,3%), sendo Losartana (29,2%), Metformina (76%) e Fluoxetina (35,2%), respectivamente os representantes mais utilizados. Houve prescrição em 52 casos e Dipirona sódica (90,9%), Amoxicilina (77,7%) e Nimesulida (60%) foram os medicamentos mais prescritos pelos alunos/professores. Conclui-se que as classes farmacológicas mais utilizadas pelos pacientes também apresentam maiores chances de interação, devendo o profissional de Odontologia estar atento aos mecanismos de ação, efeitos adversos e cuidados em relação à combinação farmacológica, principalmente quando a prescrição envolver fármacos da classe dos anti-inflamatórios não-esteroidais.