Dada a importância funcional dos músculos da mastigação para gerar movimentos da mandíbula, acredita-se que a demanda mecânica com a perda dental altere a geometria do músculo masseter. O objetivo do estudo foi investigar o efeito da extração dental na arquitetura das fibras do músculo masseter de ratos da linhagem Wistar. Foram utilizados 8 ratos machos, linhagem Wistar, com 2 meses de idade. Os ratos foram distribuídos em dois grupos, o Grupo Controle, em que foi mantida a dentição normal, e o Grupo Experimental, em que foi realizada a exodontia do incisivo superior direito. A eutanásia dos animais ocorreu aos 28 dias após o dia 0 da exodontia. Os músculos masseteres foram dissecados, apresentando três camadas: masseter superficial, masseter profundo anterior e profundo posterior. Foi feita a mensuração do comprimento do ventre muscular dos músculos íntegros. Foram pesados em balança de precisão para obtenção da massa. Os ventres musculares foram quimicamente digeridos em ácido nítrico. Foram selecionadas, por amostragem, cerca de 6 a 10 fibras musculares, tanto laterais quanto mediais, de cada ventre muscular, e as fibras foram montadas em lâminas para microscopia. Após obtenção das mensurações propostas e aplicação em fórmula específica do PCSA para cada músculo, foram realizadas as análises estatísticas descritiva e comparativas para gerar os resultados. O grupo experimental do músculo masseter profundo anterior apresentou diferença estatisticamente significante (P = 0,0170) quando se comparou as diferenças do PCSA entre os lados em um mesmo grupo. Os resultados do presente estudo foram de acordo com a hipótese de que a extração do dente incisivo superior direito causou alteração no arranjo arquitetônico das fibras musculares estudadas, evidenciadas pelas alterações morfológicas identificadas no grupo de fibras do músculo masseter profundo anterior.