As proantocianidinas são agentes formadores de ligações cruzadas naturais, que além de aumentar a rigidez do colágeno, também desempenham um papel importante na inibição de proteases dentinárias. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da secagem da dentina biomodificada por um extrato rico em proantocianidina sobre a estabilidade mecânica da interface de união. Superfícies planas de dentina (n=72) foram condicionadas com ácido fosfórico e tratadas com água (controle), 5% ou 90% etanol, extrato rico em proantocianidina 5% dissolvido em água, extrato rico em proantocianidina dissolvido em 5% ou 90% etanol. As soluções foram aplicadas por 60s e então lavadas. Em seguida, os dentes foram subdivididos no grupo úmido, onde após o condicionamento ácido, o excesso de água foi removido com papel absorvente; e no grupo seco, a dentina foi submetida a secagem com jato constante de ar. Aplicado o adesivo Optibond S, um bloco de resina foi construído, e após 24h os dentes foram cortados em espécimes (0,81mm²) para o teste de microtração. A resistência de união foi avaliada imediatamente ou após 12 meses de envelhecimento em solução tampão semelhante a saliva. Os dados de resistência de união foram submetidos a ANOVA e Tukey (α=0,05). Não houve diferença entre os grupos quanto a resistência de união imediata para a dentina úmida. Na dentina seca, foram observados maiores valores para todos os tratamentos em comparação ao controle seco (10,5±3,2 MPa). Após 12 meses, apenas as interfaces produzidas sobre a dentina biomodificada com extrato rico em proantocianidina em 5% etanol foram estáveis, independentemente da secagem ou não da dentina. Podemos concluir que após 12 meses, apenas as interfaces produzidas sobre a dentina biomodificada com extrato rico em proantocianidina em 5% etanol foram estáveis, independentemente da secagem ou não da dentina.