Espessuras de tecidos moles faciais de não adultos brasileiros vivos, obtidas a partir de imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico: uma contribuição para a realização de reconstruções faciais forenses
Barbara KUHNEN, Franciéllen de BARROS, Clemente Maia da Silva FERNANDES, Marcelo GONÇALVES, José SCARSO FILHO, Mônica da Costa SERRA
Resumo
RESUMO: Há casos em que são encontrados corpos sem condições de serem reconhecidos e sem um suspeito para que possa ser aplicado um método de identificação. Nesta situações, pode-se realizar uma Reconstrução Facial Forense que, para ser confeccionada, utiliza valores de espessuras de tecidos moles faciais em determinados pontos craniométricos. Não há na literatura tabelas de espessuras de crianças e adolescentes brasileiros. O objetivo deste estudo foi mensurar espessuras de tecidos moles faciais de crianças e adolescentes brasileiros, a partir de imagens de Tomografias Computadorizadas de Feixe Cônico de indivíduos vivos, considerando-se as variáveis sexo, idade, cor da pele e índice de massa corporal. Foram mensurados 21 pontos craniométricos pré-determinados com emprego do software Osírix Lite, de imagens de tomografias computadorizadas da região de cabeça e pescoço de 103 não adultos brasileiros (39 crianças e 64 adolescentes). Em crianças e adolescentes houve diferença significativa (p≤0,05) em 6 pontos. Nestes, o sexo feminino apresentou média de espessura menor do que a do sexo masculino. Crianças e adolescentes brancos apresentaram médias menores do que não brancos. No ponto gonion, houve evidência de que a média de espessura de crianças com cor da pele não branca é maior do que as brancas, seja qual for o sexo. Adolescentes com índice de massa corporal acima do normal apresentaram valores médios de espessuras maiores do que os com índice normal. Os dados obtidos contribuem para a realização da Reconstrução Facial Forense de crianças e adolescentes brasileiros. Novos estudos são sugeridos, possibilitando reconstruções mais fidedignas.