RESUMO: As fraturas do complexo zigomático-orbitário podem ser de difícil manejo, principalmente quando há destruição do assoalho orbitário e/ou aparato de drenagem lacrimal. Assim como ocorre para as fraturas de seio frontal, complicações tardias podem surgir na região orbitária, como a formação de mucocele, porém em menor taxa. Esse trabalho se propõe a relatar um caso de trauma na referida região, com tratamento por meio de fixação interna. Após 17 anos o paciente retorna com aumento volumétrico em pálpebra inferior direita além de diplopia no movimento de lateroversão. O exame de imagem solicitado evidenciou a formação de lesão na região do assoalho orbital com necessidade de remoção cirúrgica em ambiente hospitalar e reconstrução com malha de titânio. O diagnóstico histopatológico evidenciou a presença de mucocele. O paciente está em acompanhamento de 6 anos da segunda intervenção sem apresentar complicações. O caso relatado demonstra a importância do acompanhamento a longo prazo após reconstruções da região orbitária, de forma que o manejo das intercorrências ao longo desse período deve ser individualizado.