Tratamento de sinéquia labial decorrente da Síndrome de Stevens Johnson
Letícia Rodrigues de CASTRO, João Paulo BONARDI, Erick Ricardo SILVA, Leonardo de Freitas SILVA, Bruno Coelho MENDES, Lara Cristina Cunha CERVANTES, Eduardo Hochuli VIEIRA
Resumo
RESUMO: A Síndrome de Stevens Johnson é representada por uma reação epidermolítica severa, ocasionada pela predisposição genética associada a administração de drogas, entre elas, a Lamotrigina. A síndrome possui incidência anual de 1:1.000.000 habitantes, porém, as erosões mucosas, eritema e lesões em forma de alvo na pele podem chegar a 4,8% em pacientes que utilizam Lamotrigina. O tratamento envolve hospitalização, remoção da causa, cuidado das lesões e terapias farmacológicas incluindo os imunossupressores. A sinéquia labial é uma complicação rara em forma de teia angular, causada por ulcerações em contato pela limitação de abertura bucal devido a dor e ressecamento. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente de 37 anos que compareceu ao serviço apresentando sinéquia labial do lado esquerdo, ruptura de outra aderência e múltiplas cicatrizes escurecidas em todo o corpo. Foi relatada internação recente após o diagnóstico da síndrome, causada pelo uso de Lamotrigina para o tratamento de dor neuropática facial. A terapia continuada associada ao Ibuprofeno, desencadeou o escurecimento da epiderme, prurido, manchas em forma de alvo e epidermólises bolhosas. As lesões foram hidratadas com óleo mineral, entretanto, o contato labial durante o reparo das feridas levou a formação da aderência. A sinéquia foi removida cirurgicamente com excisão por lâmina, em nível ambulatorial, sob anestesia local, sem nenhuma intercorrência. A paciente foi orientada a hidratar os lábios e, após 7 dias a lesão encontrava-se cicatrizada. Apesar de rara e limitante, funcional e esteticamente, o tratamento proposto para a lesão foi simples e resolutivo.