RESUMO: A água é importante na fase inicial da adesão a dentina para manter os espaços interfibrilares, porém prejudica a infiltração de monômeros hidrófobos, a evaporação de solventes e favorece a separação de fases. Objetivo: Avaliar a resistência de união de sistemas adesivos a dentina biomodificada por cross-linkers e mantida úmida ou seca. Superfícies planas de dentina foram produzidas em 128 molares, divididos de acordo com o cross-linker: proantocianidina 5%, glutaraldeído 5%, Gluma Desensitizer ou água (controle), aplicados por 60s sobre a dentina condicionada com ácido fosfórico, seguido de lavagem. Os dentes foram subdivididos de acordo com a hidratação da dentina. No grupo úmido, o excesso de água foi removido com papel absorvente, e no seco a dentina foi seca com ar por 60s. Os adesivos Optibond S (OS) ou XP Bond (XP) foram aplicados e um bloco de resina foi construído. Após 24h, foram obtidos espécimes (0,81mm²) para microtração. Os dados de resistência de união (RU) foram submetidos a ANOVA e Tukey (α=0,05). Houve redução significativa da RU para os dois adesivos quando aplicados sobre a dentina seca sem prévia biomodificação (OS:16,6±3,9 e XP:13,2±3,1 MPa) em comparação à dentina úmida (OS:43,3±6,4 e XP:34,1±8,5 MPa). Não houve diferença entre controle e os tratamentos quando a dentina foi mantida úmida. Na dentina seca biomodificada não houve diferença de RU entre os cross-linkers e esta foi equivalente à dentina úmida tratada com água. A biomodificação da dentina permitiu o uso da técnica de adesão seca sem prejudicar a resistência de união imediata.