RESUMO: Indivíduos com fissura labiopalatina apresentam maior prevalência de anomalias dentárias, sendo a dilaceração e a giroversão exemplo destas. A dilaceração aparece como resultado da anomalia de desenvolvimento provocando mudança abrupta na inclinação axial entre a coroa e a raiz do dente; promovendo dificuldades durante a terapia endodôntica, assim como as alterações de posição. Objetivo: Descrever a conduta clínica adotada diante da presença de dilaceração radicular e giroversão em dente na área da fissura, destacando as dificuldades na execução do tratamento. Indivíduo do gênero masculino com fissura bilateral completa compareceu ao setor de Endodontia do Hospital de Reabilitação e Anomalias Craniofaciais, para avaliação dos dentes 11 e 21. Clinicamente, verificou-se resposta negativa ao teste de sensibilidade pulpar em ambos e radiograficamente, ausência de alterações no periápice do dente 11, enquanto no dente 21 visualizou-se giroversão, dilaceração e imagem radiolúcida circunscrita, indicando a necropulpectomia. Realizou-se teste de cavidade no dente 11, havendo resposta positiva, descartando necessidade de endodontia. O dente 21 foi instrumentado pela técnica de Oregon modificada, irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5%, medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio (CALEN PMCC) e selamento provisório com ionômero de vidro. Dois meses depois, obturou-se o canal com a técnica híbrida de Tagger. Foram realizadas duas proservações, sendo a última após três anos da intervenção, constatando sucesso clínico. A terapia clínica instituída obteve sucesso possibilitando a manutenção do elemento dentário na área adjacente a fissura, devolvendo assim a função mastigatória e estética bucal do indivíduo.