RESUMO: O traumatismo na dentição decídua é uma situação rotineira na clínica odontopediátrica e pode trazer sérias consequências aos dentes decíduos, bem como aos sucessores permanentes em desenvolvimento. As repercussões para o dente permanente variam desde descoloração branca, amarela ou amarronzada no esmalte, hipoplasia de esmalte, dilaceração da coroa ou da raiz, duplicação radicular, parada da formação radicular, sequestro do germe do permanente e alteração na erupção. O tratamento deve envolver tanto o atendimento logo após o trauma, como o acompanhamento das possíveis sequelas na dentição decídua e permanente. O objetivo desse trabalho é relatar um caso clínico de uma paciente, do gênero feminino que compareceu ao Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara após luxação intrusiva em incisivos centrais superiores decíduos. A conduta adotada na primeira consulta foi o levantamento da história do trauma, realização do exame clínico dos tecidos moles e duros e exame radiográfico. O tratamento imediato consistiu na limpeza, antissepsia da região acometida e, posteriormente, foi realizado acompanhamento clínico e radiográfico do caso até a erupção dos sucessores permanentes. Durante o acompanhamento foi observada dilaceração da raiz do dente 11 e defeitos de esmalte com presença de manchas amareloamarronzadas na face vestibular dos elementos 11 e 21. Foi realizada microabrasão e tratamento restaurador usando resina composta na região das manchas para alcançar melhores resultados estéticos. Considerando as diversas consequências que podem ocorrer no dente decíduo que sofre intrusão e no permanente, é imprescindível que o cirurgião-dentista tenha conhecimento de manejo das lesões traumáticas.