Osteorradionecrose (ORN) é a condição na qual o osso gnático irradiado perde a capacidade de neoformação. Esta
condição pode ser espontânea, porém ocorre comumente devido à injúria tecidual 6 a 12 meses após a radioterapia.
Clinicamente, apresenta-se como exposição óssea com duração superior a 3 meses. É uma das complicações tardias
do tratamento radioterápico grave e de difícil tratamento, sendo de curso imprevisível. O objetivo do presente
trabalho é descrever um caso de ORN e salientar a importância do estabelecimento de medidas preventivas e
da adesão ao tratamento. Paciente do gênero masculino, 55 anos, branco, fumante e alcoolista compareceu ao
Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da FOAr-UNESP encaminhado para adequação de meio bucal pré
tratamento radioterápico. O paciente foi orientado quanto às medidas preventivas e indicou-se exodontia total, no
entanto, este não retornou para realizar o procedimento. Oito meses após ter concluído as sessões de radioterapia,
o mesmo retornou queixando-se de dor, boca seca e ferida que não cicatrizava. Ao exame constatou-se condições
dentárias precárias, xerostomia e presença de exposição óssea no lado esquerdo da mandíbula compatível com
ORN. Irrigações e antibioticoterapia foram realizadas, no entanto o paciente mais uma vez não compareceu aos
retornos, abandonando o tratamento. Embora a fisiopatologia da ORN não esteja totalmente elucidada, medidas
devem ser adotadas buscando-se prevenir a sua ocorrência. Além disso, é necessário que o paciente entenda a
importância destas medidas, da assiduidade aos retornos e os riscos do abandono do tratamento.