Carcinoma espinocelular bem diferenciado de lábio
Comachio CA, Riga-Neto AA, Andrade CR, Massucato EMS
Resumo
O câncer de boca é o décimo primeiro tipo de câncer mais frequente na população mundial, sendo que cerca de 94% são os Carcinomas Espinocelulares (CECs). É mais comum em adultos do sexo masculino, embora a incidência em mulheres tem aumentado nos últimos anos. O CEC tem caráter multifatorial, porém na região de semimucosa labial, o fator etiológico principal é a exposição crônica à radiação solar sem o uso de proteção, seguido do uso contínuo de tabaco e álcool, que quando associados, aumentam o risco para desenvolver esta doença. Caso clínico: paciente do sexo feminino, 62 anos, não etilista e não tabagista, procurou atendimento odontológico com queixa de “ferida na boca”, bastante dolorosa (ardência). O cirurgião-dentista prescreveu antiviral no início da lesão, porém sem resultado positivo. Um farmacêutico indicou uma pomada de corticóide com piora do quadro. Então, a paciente foi encaminhada ao Serviço de Medicina Bucal e a hipótese diagnóstico foi de queratoacantoma ou CEC. Realizou-se biópsia incisional e o resultado histopatológico foi de CEC bem diferenciado. A paciente foi encaminhada ao oncologista para remoção da lesão, que ocorreu com margem de segurança. Não foram necessários tratamentos adjuvantes como quimio e radioterapia, apenas prescrição de protetor solar e gel cicatrizante no local da cirurgia e acompanhamento do caso. Em um dos retornos, a paciente apresentava lesão vesículo-bolhosa em lábio inferior compatível com Herpes Simples que foi tratado com antivirais locais e ela continua sendo acompanhada pelo Serviço