Estudo retrospectivo de 2.690 pacientes idosos diagnosticados com lesões em mucosa oral
Palaçon MP, Bagatini AT, Biancardi MR, Massucato EM, Ortega RM, Fernandes D, Bufalino A
Resumo
Introdução: O envelhecimento gera diversas alterações fisiológicas que tornando a mucosa da cavidade bucal mais susceptível à lesões. O objetivo deste estudo foi determinar a frequência das lesões orais mais comuns em idosos e avaliar as modificações sofridas nesta população com o desenvolvimento do país. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo observacional foi conduzido entre 1994 e 2014, utilizando prontuários clínicos de um serviço especializado em estomatologia. Resultados foram analisados por meio da estatística descritiva e regressão logística binária. O nível de significância empregado foi de 5% (p ≤ 0,05). Resultados: Um total de 2.690 prontuários foram identificado, sendo que 61% foram mulheres e 39% homens e a idade média para ambos os gêneros foi de 68,8 ± 6,79 anos. Os resultados mostraram que as lesões orais mais frequentes foram: candidose oral, hiperplasia fibrosa inflamatória, xerostomia, queilite actínica, leucoplasia oral e carcinoma de células escamosas. Observou-se uma tendência de redução no número de casos com candidose oral e aumento no número de casos de xerostomia ao logo do período de 20 anos. Os resultados da regressão revelaram que os fatores estatisticamente significantes associados com a xerostomia foram o sexo feminino e uso de medicamentos; enquanto candidose oral foi associada à fatores como idade, consumo de bebida alcoólica e uso de prótese total removível. Conclusão: Os serviços de odontologia necessitam melhorias na prestação de serviço, estabelecimento de metas de prevenção e cuidado com xerostomia com o intuito de melhorar a qualidade de vida entre idosos.