A articulação temporomandibular (ATM) é a única articulação humana que pode ser deslocada sem a ação de forças externas. O termo luxação define a excursão do côndilo para fora da fossa articular, com o mesmo permanecendo em uma condição de travamento anterior à eminência, não sendo possível a autorredução. Os fatores etiológicos podem incluir cavidade glenoide pouco profunda, frouxidão dos ligamentos ou da cápsula articular e excessiva atividade do músculo pterigoideo lateral devido a alterações sistêmicas. Luxações recidivantes podem exigir abordagens cirúrgicas complexas conforme o agravamento do quadro clínico. O presente trabalho tem como objetivo promover uma discussão sobre a eminectomia e apresentar caso clínico tratado cirurgicamente por essa técnica e seu resultado. A paciente S.G.B., gênero feminino, 21 anos, compareceu ao Serviço de CTBMF do Hospital Mário Gatti (Campinas-SP) queixando-se de episódios semanais de luxação bilateral da ATM. A mesma não apresentava histórico de trauma em face, características de má-oclusão grave ou sintomatologia dolorosa. O exame de imagens evidenciou fossa glenoide profunda com eminência articular muito pronunciada. Devido à gravidade do caso com aumento da frequência de episódios de luxação, foi proposta a cirurgia de eminectomia por meio do acesso endaural. Essa abordagem mostrou-se segura e eficaz, uma vez que o período pós-operatório foi bem tolerado, houve acentuada melhora do quadro clínico, não houve danos aos ramos do nervo facial e nem qualquer comprometimento da estética facial.