As infecções odontogênicas representam umas das complicações mais difíceis de tratar em odontologia, principalmente num país com altos índices de cárie e doença periodontal. Podendo se manifestar desde a forma mais superficial até infeções que atingem espaços faciais profundos, o tratamento varia desde administração de antibióticos a drenagem sob anestesia geral. O objetivo do trabalho é apresentar o caso clínico de um paciente do sexo masculino, 45 anos, relatou que após avaliação médica inicial com tomografia computadorizada a hipótese diagnóstica foi de tumor à esclarecer na hemi-face esquerda. Após 15 dias, retornou ao serviço de urgência hospitalar apresentando dor na face, trismo, odinofagia, mal estar, taquipneia e febre. Na avaliação da cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial, durante anamnese o paciente relatou tratamento para diabetes. Foi solicitada glicemia rápida, a qual mostrou hiperglicemia (600mg/dl). Atrelado a isso, intrabucalmente, notou-se péssima higiene oral e mobilidade generalizada dos dentes. Diante dos achados clínico-imaginológicos a hipótese diagnóstica foi processo infeccioso agudo de origem odontogênica atingindo espaços faciais primários: massetérico, pterigomandibular e temporal superficial. A conduta foi antibioticoterapia, insulinoterapia, drenagem do abscesso e remoção dos agentes causais. Por tanto, a única forma de se atingir a cura em uma infecção odontogênica é a busca em se tratar a causa, seja ela endodôntica, periodontal, cirúrgica ou traumática por meio de anamnese e exame clínico bem executados.