A fluoretação das águas de abastecimento público constitui um método eficaz, seguro, abrangente e econômico de prevenção e controle da cárie dentária. Este estudo verificou as dificuldades vivenciadas no processo de operacionalização da fluoretação das águas de abastecimento público em 11 municípios de um total de 40 municípios de São Paulo que apresentam variabilidade nos teores de flúor. Realizou-se um estudo exploratório, de entrevista com os responsáveis pelo tratamento da água e observações “in loco” nas estações. Foi verificado o mapeamento da rede de abastecimento e identificadas as quantidades e tipos de fontes de captação de água existentes nos municípios. As variáveis estudadas foram: cobertura populacional; composto de flúor utilizado; ocorrência de interrupções e existência de dados gerados pelo sistema de controle operacional e dificuldades na manutenção dos teores adequados. Foram relatadas pelos entrevistados como dificuldades: a ausência de equipamento adequado na estação de tratamento para análise dos teores de flúor (n=3) e a faixa de adequação muito pequena (n=11) (0,6-0,8 mgF/L). A maioria relatou a utilização de bomba dosadora para aplicação do composto ácido fluossilícico (n=10) e cobertura de 100% da população urbana por água fluoretada. Em alguns municípios (n=6) houve interrupção do método, devido a problemas na bomba dosadora, no entanto essas interrupções foram raras e corrigidas no mesmo dia com a troca do equipamento. Conclui-se que não há grandes dificuldades para a realização deste importante e reconhecido método preventivo.