Os freios (frênulos) são dobras de membrana mucosa, geralmente contendo fibras musculares, que inserem os lábios e bochechas na mucosa alveolar e/ou gengiva e periósteo subjacente, desempenhando papel importante no desencadeamento das retrações gengivais. Devem ser considerados como fatores predisponentes às retrações, já que em escassa gengiva inserida ou inserção próxima à gengiva marginal, podem funcionar como ameaça a saúde periodontal. No que se refere aos freios labiais medianos, estes podem estar relacionados a alterações de posicionamento dentário, muito embora isto não seja um consenso na literatura. Ainda, podem servir como um dificultador na estabilização protética. Relatados com uma menor frequência, entretanto não menos importantes, os freios linguais são muito mais pesquisados quando relacionados às alterações de fonética. Para resolução destas alterações algumas modalidades de cirurgias mucogengivais, têm sido indicadas. As modalidades mais comuns são as frenectomias e as frenotomias, cirurgias estas que diferem basicamente na extensão. As frenectomias se caracterizam pela remoção completa do freio, incluindo a inserção ao osso subjacente, já na frenotomia procede‑se a remoção somente do freio (frenectomia parcial). De posse destes conceitos, o presente trabalho tem o intuito de reforçar o conhecimento destas técnicas além de enfatizar a interdisciplinaridade neste contexto, através da apresentação de três casos clínicos. Os freios medianos e laterais, assim como a inserção de músculos e bridas, podem contribuir para: desencadear as retrações gengivais, mobilidade da margem gengival livre e consequente acúmulo de placa, além de dificultar a higienização dentária nestas áreas devido ao inadequado posicionamento das cerdas. Por tanto, o conhecimento pleno das técnicas cirúrgicas (frenectomia e frenotomia) contribuem para um melhor pós-operatório dos pacientes.