Automedicação e o atraso no diagnóstico do câncer de boca
Valente, V. B.; Felipini, R.C.; Mazzon, J. P. P.; Miyahara, G.I.; Biasoli, E. R.; Bernabé, D. G.
Rev. odontol. UNESP, vol.43, nEspecial, p.0, 2014
Resumo
Pacientes com câncer de boca muitas vezes procuram um atendimento especializado quando percebem a seriedade da lesão que possuem. Isso ocorre devido à persistência dos sinais clínicos e tratamentos ineficazes, como a automedicação, por longos períodos. Caso Clínico: Homem, 53 anos, leucoderma, etilista e tabagista crônico, foi encaminhado à Clínica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA-UNESP) para diagnóstico de uma lesão localizada no vermelhão do lábio inferior. Durante a anamnese o paciente relatou ter notado o aparecimento dos primeiros sinais da lesão há 6 meses. Desde então utilizou diversos medicamentos, sem consulta prévia profissional, a fim de obter a resolução do caso. Ao exame físico observou-se uma placa branca localizada no vermelhão do lábio inferior. Durante as consultas que antecederam a biópsia incisional da lesão o paciente foi orientado a cessar o uso dos medicamentos. A interrupção da terapia medicamentosa ocasionou uma alteração do quadro clínico e a hipótese diagnóstica de carcinoma espinocelular de lábio foi levantada. O exame histopatológico confirmou a neoplasia maligna. O paciente foi submetido à vermelhectomia do lábio inferior e encontra-se em acompanhamento no Centro de Oncologia Bucal da FOA-UNESP.
Palavras-chave
Automedicação, neoplasias bucais, diagnóstico tardio.