Extração de DNA a partir de dentes: aplicação de métodos endodônticos e mini-primers de mtDNA
Astolphi, R.D.; Luz, C. C. F.; Funabashi, K. S.; Mello, R. B.; Mautoni, C.; Iwamura, E. S. M.
Rev. odontol. UNESP, vol.43, nEspecial, p.0, 2014
Resumo
Comumente, ossos e dentes compõem o único material disponível para análise forense de identidade. Considerando‑se a escassez de metodologias-padrão para extração de DNA nestes casos, este trabalho propõe uma técnica para a extração de DNA em dentes frescos, que pode ser extrapolada para dentes exumados. Utilizaram-se 10 dentes (caninos, molares e pré-molares) extraídos há dois anos de indivíduos diferentes e mantidos em tubos estéreis. Os dentes foram incluídos em copo plástico de 50ml contendo mistura de gesso e pó de serra, seguido de radiografias para avaliação da câmara pulpar e realização de coronectomia. Os tecidos da polpa dental foram coletados utilizando limas Hedstroem nº 25 e 21 mm de comprimento, transferidos para tubo contendo 0.5 mL de tampão de extração (EDTA 0.5M, 0,5% de Tween20 e 30μl de proteinase K a 20mg/mL) e incubados por período overnight a 56°C. Após incubação, o DNA foi purificado utilizando-se Kit de Purificação GFX. Após quantificação em Nanodrop, as amplificações por PCR foram realizadas empregando mini-primers M21 para análise de mtDNA (região hipervariável 2, fragmento com 166pb). Na análise radiológica, as câmaras pulpares mostraram-se íntegras. A quantificação média de DNA foi de 7,82ng/ul. Em oito casos houve amplificação de mtDNA. Conclui-se que: 1) a aplicação de metodologias utilizadas em endodontia pode auxiliar na obtenção de DNA, melhorando seu rendimento; 2) o tamanho reduzido dos fragmentos de mtDNA amplificado, em especial os mini-primers, pode mostrar-se como uma alternativa em material altamente degradado.
Palavras-chave
Antropologia forense, odontologia legal, genética forense, dna mitocondrial.