Foi avaliada a eficácia clareadora, difusão de H2O2 e citotoxicidade de um gel clareador a base de peróxido de hidrogênio (H2O2) associado ou não a adição de sulfato de ferro (FeSO4). Para isto, discos de esmalte e dentina adaptados em câmaras pulpares artificiais foram posicionados em compartimentos contendo meio de cultura (DMEM), sendo o esmalte submetido aos seguintes tratamentos: G1–sem tratamento (controle negativo); G2– peróxido de carbamida 10% (1x4 h); G3–35% H2O2 (3x15min); G4-35% H2O2 + 0,004g FeSO4 (3x15min). Após os tratamentos, o DMEM contendo os componentes dos géis clareadores que se difundiram pelo esmalte e dentina (extrato), foi aplicado sobre células pulpares humanas (HDPCs) e células odontoblastóides MDPC-23, sendo a viabilidade celular analisada (Teste do MTT) (Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, α=5%). O H2O2 presente nos extratos foi quantificado e a alteração de cor avaliada (sistema CIE L*a*b*) (ANOVA e teste de Tukey, α=5%). Considerando G1 como apresentando 100% de viabilidade celular, foi observado para os grupos G2, G3 e G4 uma redução de 24,6%, 95,9% e 92,6% para as HDPCs e de 18,8%, 77,3% e 62,3%, para as células MDPC-23, respectivamente. Redução significante na viabilidade celular em G3 e G4 em relação a G1 e G2. Os grupos G3 e G4 não apresentaram diferença significante entre si. Difusão de H2O2 estatisticamente superior a G2 e G4 foi observada para G3. O valor de ΔE em G4 foi significantemente maior quando comparado aos demais grupos. Pode-se concluir que apesar da adição de FeSO4 ao gel clareador com 35% de H2O2 ter aumentado a eficácia clareadora e reduzido a difusão de H2O2 pelo esmalte e dentina, esta associação não preveniu os efeitos tóxicos do produto sobre células pulpares.