O ameloblastoma é um tumor odontogênico de origem epitelial e que não apresenta ectomesênquima odontogênico, de crescimento lento e classificado como benigno. É um tumor raro, representando aproximadamente 1% dos tumores que acometem maxila e mandíbula, sendo nesta segunda o local de sua maior incidência. É uma patologia que pode aparecer em qualquer idade, com predominância entre a terceira e quinta décadas de vida, a incidência em crianças é rara. Achados clínicos demonstram sua característica expansiva, e em estágios avançados, pode ser doloroso, causar parestesias, infecções e fraturas patológicas. Radiograficamente são encontradas na maioria das vezes lesões radiolúcidas multiloculares, com limites bem definidos, com aspectos de "bolhas de sabão" ou "favos de mel" dependendo do tamanho das lojas ósseas, além de uma variedade unicística, a qual possui um aspecto unilocular. Foi descrito ainda um terceiro tipo de ameloblastoma, o tipo periférico (tipicamente extra-ósseo), encontrado em aproximadamente 1% dos casos. Várias abordagens de tratamento têm sido descritas, desde a simples enucleação seguida por curetagem da loja cirúrgica à amplas ressecções de tecido ósseo. Mesmo considerando seu aspecto altamente recidivante, o prognóstico destas lesões em sua maioria é favorável, raramente apresenta comportamento agressivo ou malignização.O tratamento conservador, muitas vezes associado a procedimentos adicionais tem sido usado por muitos como primeira opção para tratamento desta patologia. O presente trabalho tem por objetivo descrever um caso clínico de ameloblastoma folicular em mandíbula, que apesar de possuir um tamanho considerável, optou-se pelo tratamento conservador utilizando-se de remoção óssea periférica juntamente com enucleação, curetagem da loja óssea e crioterapia local, além de placa para reconstrução óssea visando reforçar a mandíbula. O paciente encontra-se em período de dois anos de acompanhamento pós-cirúrgico e os resultados obtidos demonstram-se favoráveis