A senescência celular é foco de estudos tanto no processo de envelhecimento quanto no crescimento tumoral. As células mesmo não existindo um marcador inteiramente específico para o estado de senescência podem ser identificadas entre as células que não se dividem como células quiescentes ou diferenciadas. Existem mudanças morfológicas e funcionais como parada irreversível do crescimento celular, aumento no tamanho da célula que pode em alguns casos, ampliar mais que o dobro, em relação ao tamanho das homólogas não senescentes bem como, mudanças na organização da cromatina denominados de focos de heterocromatina associados à senescência – SAHF (senescence-associated heterochromatin foci). Neste trabalho avaliou-se por meio da análise morfométrica das células esfoliadas da mucosa bucal de idosos, o grau de resposta celular possíveis efeitos genotóxicos e/ou citotóxicos dos raios X emitidos pelo exame de radiografias panorâmicas dentais humanas. Células da mucosa jugal de 26 indivíduos (14 homens com média de idade 64,50 ± 8,51 e 12 mulheres com média de idade 61,58 ± 6,14) que freqüentaram a clínica de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (UNESP) foram coletadas com abaixador de língua de madeira, antes e 12 dias após o exame radiográfico (aparelho com exposição regulada em 70 - 80 KV, 12 mA por 16 segundos). As células estendidas em lâminas histológicas e coradas pelo método de Feulgen-Fast Green foram fotomicrografadas em microscópio acoplado a uma câmara digital e ao programa de captação de imagem e analisadas quanto à área nuclear e área citoplasmática. A análise comparativa da freqüência do diâmetro nuclear antes e depois da exposição aos raios X não mostraram diferenças estatisticamente significante (ρ = 0,258). Observou-se tendência à diminuição do volume citoplasmático após a irradiação, pela análise do teste t emparelhado unicaudal (ρ = 0,004). A diminuição do volume citoplasmático sugere indução à apoptose celular ao invés de senescência.