As doenças transmissíveis, em especial a AIDS, levaram a maior utilização pelos profissionais de saúde dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A finalidade dessa precaução-padrão é isolar a pele não íntegra e membranas mucosas do sangue e outras substâncias corporais. Entretanto, não diminui a predisposição do cirurgião-dentista às lesões percutâneas, inerentes da profissão. Nesse contexto, procurou-se verificar o conhecimento de cirurgiões-dentistas do serviço público de 4 municípios do Estado de São Paulo sobre aspectos relacionados à biossegurança e condutas nos casos de infortúnios profissionais. Foram feitas entrevistas com perguntas abertas e fechadas relacionadas à troca de EPIs, ocorrência de acidentes com material biológico e orientação sobre os procedimentos que deverão ser tomados, além de aspectos relacionados a quimioprofilaxia anti-HIV. Do total de entrevistados (n=53), a maioria 35 (66%) era do sexo feminino e 22 (41,5%) atuavam na profissão por um período de 20 a 30 anos. Com relação à biossegurança, 41 (77,4%) não trocavam a máscara a cada paciente atendido e 16 (30,2%) não realizavam a proteção de superfícies. No caso das condutas frente infortúnios profissionais, 19 (35,8%) afirmaram que já tinham sofrido algum tipo de acidente e 43 (81,1%) tiveram orientação sobre como proceder; entretanto, 31 (58,5%) não sabiam o prazo máximo para início da quimioprofilaxia anti-HIV e 42 (79,2%) a duração. Conclui-se que existe deficiência em determinados assuntos, devendo ser reforçado princípios do controle de infecção e medidas de proteção individual.